O Renault 5 teve a sua apresentação internacional em Janeiro de 1972. O seu lançamento
trouxe uma nova forma de encarar o automóvel tornando-o ao mesmo tempo popular, apetecível e acessível.
Foi concebido para se apresentar como sendo simultâneamente um carro citadino, ágil e fácil de conduzir,
mas também um estradista confortável e económico em longas viagens.
Resultou certamente da crescente
necessidade que o mercado vinha demonstrando por um carro com um maior “status” e presença que o Mini, mais
refinado que o Renault 4 e mais sofisticado que o Citroen Dyane. Com ele a Renault procurou competir no
sector dos pequenos carros individuais e atingir uma nova clientela: mulheres, jovens e solteiros bem
como a um leque alargado das mais diversas camadas sócio-profissionais.
O Renault 5 foi certamente
um “compacto” que com apenas 3,53 m, um desempenho e conforto muito próximo dos “familiares” do segmento
médio e ainda o bónus de um portão traseiro (facilitando o acesso a uma bagageira cuja capacidade poderia
variar entre os 215 a 545 dm3, com o banco traseiro rebatido), conquistou um lugar que muitos considerariam
pertencer a uma classe imediatamente superior. Em suma, as características gerais do Renault 5 foram
perfeitamente resumidas no seu caderno de encargos como "um veículo capaz de transportar não importa o
quê, não importa quem, não importa onde, o mais rápida e seguramente possível". Para a Renault o conceito
de segurança era um princípio que se deveria sobrepor a todas as outras características e que implicava
que um pequeno veículo como este possuísse boas qualidades estradistas, uma suspensão confortável e que
evitasse a fadiga e um "nervosismo" aceitavel que permitisse conservar uma boa margem de manobra em
situações críticas. Implicava também uma boa resistência ao choque, tendo o Renault 5 beneficiado de
todos os estudos efectuados à época no domínio da segurança passiva.
Tecnologicamente era também um carro bem concebido e construído e com algumas soluções inovadoras
como o “pára-choques” em fibra, envolvente e capaz de absorver ímpactos de até 7 Km/h sem danos
significativos. Com uma estrutura monobloco e paineis maioritariamente soldados, garantindo uma
rigidez estrutural apreciável, o Renault 5 diferia bastante da solução apresentada pelos anteriores
Renault 4 ou 6 que utilizavam um chassis tipo plataforma onde era aparafusada a carroçaria. Nesta
estrutura, a espessura dos principais paineis de aço exteriores era de cerca de 0,7 mm enquanto que
os elementos responsáveis pela sua rigidez e suporte usavam chapa de aço com 1 mm de espessura.
No entanto, na altura do seu lançamento apresentava ainda algumas
soluções herdadas de modelos anteriores, que foram posteriormente
corrigidas e modernizadas, como p. exº a alavanca de mudanças tipo
"guarda chuva" localizada no "tablier".
O início da comercialização em França foi feito com base em dois
modelos:
- O R5 L com um motor de 782 cm3 e 36 CV (derivado do R4)
O motor usado no R5 L era um motor clássico com cambota de três apoios,
arrefecimento por ventoinha e correia, e sistema eléctrico com dínamo. O
sitema de travões deste modelo era hidraulico com tambores nas quatro
rodas.
- O R5 TL com um motor de 956 cm3 e 47 CV (derivado do R8)
No R5 TL o motor já utilizava uma cambota com 5 apoios, um sistema
eléctrico com alternador e arrefecimento por ventoinha eléctrica com
termostato. O sistema de travões deste modelo já usava discos no eixo
dianteiro.
Ambos os modelos utilizavam um carburador SOLEX 32 SE 1 com “ar” de
regulação manual e uma caixa de 4 velocidades sincronizadas.